Passos para a degustação: degustação horizontal e vertical | Parte 4/7
A degustação é sempre uma oportunidade de aprendizado e aprofundamento na cultura do vinho, permitindo conhecer a evolução dos vinhos de um determinado produtor, ou de uma cepa, ou de uma mesma safra, ou, ainda, de forma amplificada, de uma certa região.
Para entendermos melhor as aplicações dessas práticas, vamos tratar brevemente dos conceitos envolvidos em degustação horizontal e degustação vertical.
Degustação vertical
A degustação vertical é um exame realizado na prova de um mesmo vinho em suas diversas safras. A principal percepção dessa análise é a evolução do vinho com o tempo, e por que não dizer: do próprio aprendizado do enólogo e do vinicultor.
Desde logo, na degustação vertical, é possível perceber potenciais diferenças no sabor, que pode ter se tornado mais ou menos frutado, mais ou menos tânico, com maior ou menor acidez; ou, ainda, de uma safra para outra, os aromas também podem apresentar mudanças de intensidade, ou a presença de outros elementos aromáticos.
As variações podem ter origem em fatores naturais ou pela intervenção do enólogo. Por exemplo, o envelhecimento da videira pode levar suas raízes mais para baixo na busca de nutrientes, o que pode resultar em uma uva mais doce, ou menos ácida. Em determinado ano de chuvas abundantes, a safra pode ser generosa de frutos, e na seguinte pode chover menos que o normal e o efeito será frutos menores e mais ácidos. Por outro lado, pode ser que o produto opte por um período maior ou menor de maceração, ou no estágio de madeira, influenciando sensíveis mudanças na cor, no sabor e nos aromas do vinho. Assim, o mesmo vinho será virtualmente diferente em cada uma de suas safras.
Em termos práticos, veja o caso do vinho tinto do Vale do Bragão, um rótulo de origem controlada da região do Douro que pode ter sua evolução experimentada nas safras de 2009, 2010, 2011 e 2012, essa última uma safra muito especial.
Degustação horizontal
Na degustação horizontal, os vinhos em análise são oriundos de diferentes vinícolas, da mesma categoria, e, em regra, produzidos na mesma região e a partir de uma única casta, extraídos da mesma safra. Por isso, o sentido de horizontalidade na prática da degustação.
Assim, a degustação horizontal permite a verificação de características distintivas de cada vinho, conforme a técnica produtiva da vinícola, ou algum fator que alterou as características da uva durante o seu cultivo em particular naquele vinhedo. Ou seja, a percepção adquirida na degustação horizontal permite reconhecer influências climáticas ou técnicas refletidas nos sabores e nos aromas do vinho.
A observação dessas variações depende do ponto de partida assumido: a categoria do vinho, a variedade da uva, a região e o ano em análise, em diferentes vinícolas. Para efeito de exemplo, pode-se eleger vinhos tintos varietais de 2012 de vinícolas da região do Douro, produzidos com a Touriga Nacional ou com a Trincadeira.
Veja, porém, que é possível realizar uma degustação horizontal tomando como ponto de partida apenas a região, ou vinhos de uma mesma categoria, mas produzidos com uvas de diferentes castas.
Vinhos portugueses
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