A cavidade no fundo das garrafas de vinho faz parte dos mitos que envolvem o universo encantador da enofilia.
Essa característica presente nas garrafas de vinho é tão antiga, que seu real sentido se perdeu nas veredas da história, dando lugar a inúmeras suposições e justificativas. Algumas parecem razoáveis e outras não se sustentam. Contudo, é plausível pontuar alguns dos argumentos em torno dessa temática.
Razões da prática
Muitas histórias foram contadas para justificar a cavidade das garrafas de vinho. É possível que haja sentido em cada um desses argumentos, encontrando-se razão no tempo em que poderiam ser aplicáveis.
Hoje em dia, no entanto, nenhuma dessas justificativas se mantém. Por isso, cumpre-nos considerar que, muito provavelmente, as garrafas destinadas ao envase de vinho continuam a ser fabricadas com essa cavidade apenas para manter a tradição de produção. Vejamos, porém, algumas dessas justificativas.
Resistência: um dos argumentos mais comuns, e talvez mais razoáveis, está relacionado à grande pressão que o vinho exerce contra seu recipiente após o envase. Muitos dizem que, em um tempo em que o vidro das garrafas não era tão resistente, a cavidade servia para que a pressão gerada pela fermentação da bebida fosse distribuída de maneira mais equilibrada, evitando que o fundo da garrafa se rompesse ao receber mais pressão que outras partes do recipiente.
Equilíbrio: outro argumento sugere que a cavidade visava manter a garrafa em pé em um tempo no qual o armazenamento dos vinhos era feito na vertical. Da mesma época é a ideia que essa cavidade servia ao empilhamento garrafas, de modo que a cavidade se encaixava no gargalo da garrafa de baixo, facilitando o transporte e o armazenamento.
Efeito da manufatura: outra possibilidade está no processo de manufatura da garrafa em tempos antigos, nos quais utilizava-se uma haste de ferro com um pontil para manuseio do vidro quente, resultando, assim, nessa cavidade.
Serviço: pouco provável, mas também digno de nota, costuma-se dizer que essa cavidade tem sua razão em facilitar o serviço de mesa, tendo em vista que o garçom firma ali o seu polegar para administrar um serviço mais preciso e limpo.
A qualidade do vinho
É certo que, de todas as coisas que se dizem sobre a cavidade da garrafa de vinho, a versão mais mítica é a rotulação de um vinho como bom ou ruim em razão da existência ou profundidade da cavidade. Desde logo, há vinhos bons em garrafas sem cavidade e há vinhos não tão bons em garrafas de cavidade muito pronunciada.
Veja-se, porém, que a justificativa para esse argumento está na possibilidade de o recuo interno da cavidade servir para recolher os sedimentos residuais da uva, tradicionalmente chamados de borra, e que podem danificar o vinho com o tempo, devendo, por isso, reduzir a área de contato com a bebida.
O argumento, porém, é inconsistente por vários motivos, como os fatos de não se armazenar mais os vinhos na vertical e de que nem todo vinho produz borra.
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